sexta-feira, 13 de maio de 2011

Conto- 1A

Ana Carolina Dias
Caique de Amorim
Débora Miriam da Silva
Leonardo Vicente da Silva


Samyra K. Leone







Quando tudo parece dar errado








O relógio marcava sete e quinze, já estava quase na hora da visita eeu ainda olhava para a recepção na esperança de que ela chegasse. Há anos essa era a minha vida: hospital, brigas, choros, clínica dereabilitação...


E a cada dia eu perdia mais a paciência, mal dormia preocupado com minha esposa e meu filho.Vocês devem estar se perguntando o porquê de tanta preocupação, chegoua hora de contar...


Tudo começou quando Rebeca passou a beber mais frequentemente, perdendo o controle sobre si mesma, passando a estar semprealcoolizada. Desesperado com o que pudesse vir a acontecer, procureimédicos para ajudá-la, mas a situação estava tão grave que nem amelhor clínica parecia fazer efeito.


E assim meu medo ia aumentando.Em um certo ponto de nossa relação iniciamos uma briga e ao vê-lacompletamente fora de si puxei-a para perto de mim. Segurei seu rostoentre minhas mãos e a beijei, como se aquele beijo pudesse fazer tudo voltar ao normal.


Não preciso dizer onde esse ato nos levou, mas, preciso dizer no queele resultou. Após nove meses a luz da minha vida finalmente nasceu.Só que nem tudo estava bem: por conta do vício de minha esposa, nossofilho, Hiago, nasceu com deficiência mental e com isso Rebeca só piorou.


Agora, olhando novamente para a entrada do hospital, posso vê-laentrar, tropeçando em seus próprios pés, bêbada como sempre. E como sefosse para não perder o costume lá estava ela arrumando confusão comos funcionários, gritando, esmurrando a mesa, como se tivesse razão.


Procurei acalmá-la para que pudéssemos entrar e ver nosso filho, mas,não consegui.Como se não bastasse o surto de Rebeca, o médico que tratava de nossofilho se aproximou para nos dar a pior notícia de nossas vidas: Hiagonão sobreviveria, pois havia pego uma infecção gravíssima.


Chocada com a notícia Rebeca pareceu recuperar o controle sobre simesma e completamente muda se dirigiu para o banheiro.Mas agora, quem perdeu a cabeça fui eu...


Segui ela em silêncio, olheio redor para certeza que ninguém estava nos vendo e entrei no banheirotambém. Comecei a berrar com ela, culpando-a por tudo: por nossocasamento ter dado errado, por minha vida ter se transformado numinferno e principalmente por nosso filho não sobreviver.


Por conta de minha raiva, soquei o espelho que estava a minha frente, quebrando-o.Rapidamente peguei um dos cacos que havia no chão, me aproximei dela esem pensar uma segunda vez acertei-a na garganta. Rebeca caiu aos meuspés, fiquei ali, olhando para o seu rosto, já sem vida. Então, mevirei, lavei as mãos e sai.Fui ao quarto de meu filho para me despedir e dizer que o amava e fui embora daquele lugar.


Para nunca mais voltar!

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